29 de maio de 2015
De um cawboy arretado eu me
vi sem excessos, estava Maria Bonita sem seu Lampião, mas, não perdi a fé. Eu dancei
ao som de desagradáveis discotecagens, fui e voltei, esperei sentada na calçada
sua sombra aparecer vindo ali na esquina, mas acabei ficando na cruz. Meu
suicídio é uma farsa. Eu fiquei decepcionada e continuo em busca de tal alegria
que tantos quartetos e sextetos urgem pelos corações. Eu desgosto desse lugar
escuro que todo mundo vive um pouco, eu nem mais discuto nem me preocupo e cada
dia sua figura é mais distante dentro de mim. Vem em ondas de desconforto e vai
devagar ser tempestade em outras praias. Seremos para sempre testemunhas de
desilusão. Eu hoje já fui só, e espero uma dose da poção do amor.
24 de maio de 2015
Talvez os meus aliados já
estivessem prevendo tudo isso que está acontecendo, essa condolência. Eles não
precisaram se preparar, nem escrever discurso e tampouco me dar lição de moral.
Naturalmente arriscaram juízo para os meus futuros passos. Sentiram: choraram,
ignoraram, mentiram, foram realistas, foram meus. E com certeza isso é
no mínimo formidável. Esse amor que num grupo disponibiliza o peito e o afago,
que te beija e abraça. Há alguns mais próximos em que consequentemente sofrem em grau superior, esses levam o pé na bunda junto com você e ainda conseguem fazer piada
numa madrugada de um telefonema de duração equivalente há três horas. Os outros
são investigadores dos saberes alheios, e assim, acabam descobrindo as memórias e isso
pode ocasionar em mais ajuda ou não, de qualquer modo tem os seus significados.
Eu tenho sorte de ter amantes tão presentes nos meus pedidos de socorro, meus
amigos são amantes porque os amo.
15 de maio de 2015
Que descuido meu,
Pisar nos teus espinhos.
É essa mania minha
De olhar pro céu,
Com a cabeça ao léu
Pisar nos teus espinhos.
É essa mania minha
De olhar pro céu,
Com a cabeça ao léu
Voando sem asa,
Vez ou outra esbarro
Nos móveis da casa
E outra vez tropeço
Vez ou outra esbarro
Nos móveis da casa
E outra vez tropeço
Nos próprios caminhos
Que descuido meu,
Pisar nos teus espinhos.
Que descuido meu,
Pisar nos teus espinhos.
- Juliano Holanda
12 de maio de 2015
''Todos os homens vivem
esses momentos difíceis. Para os de nível médio, este é o ponto da existência
em que surge a maior oposição entre o avançar da própria vida e o mundo em
derredor, o ponto em que se torna mais duro conquistar o caminho que conduz à
frente. São muitos os que, unicamente essa vez, passam na vida por aquele morrer
e renascer que é nosso destino, somente essa vez, quando tudo que chegamos a
amar quer abandonar-nos e sentimos de repente em nós a solidão e o frio mortal
dos espaços infinitos. E há muitos também que se embaraçam para sempre nesses
obstáculos e permanecem a vida toda agarrados a um passado sem retorno, ao
sonho do paraíso perdido, o pior e o mais assassino de todos os sonhos.’’ Pg 50
Hermann Hesse
Você não poderia ouvir aquele meu insulto e continuar
comigo, não, claro que não. Mesmo eu pedindo as mais sinceras desculpas, não,
claro que não. A pseudo consciência limpa pode estar do seu lado, a calma ou
até a ilusão de paz. Mas e o seu amor, onde fica? Talvez escondido debaixo do
tapete, ou dentro daquela gaveta junto das minhas cartas. O problema é que
quando se mudar, toda essa poeira vai vir à tona, e tarde demais o
arrependimento tomará vida. Você vai perceber que as cartas ficaram amareladas
e quando o papel nem estiver mais desdobrando sem rasgar o remorso nem vai ter
mais tempo para poder consertar nada. Pode pensar que todo dia vai ficar bem,
escrever na sua agenda que vou sumir. Mas eu faço é apostar que a saudade vai
bater mais forte no seu peito do que a outra mulher na sua porta. Você prefere
sofrer e me levar junto a lutar a ferro e a fogo por nós, que pena. Vamos com o
tempo ficar despreocupados, embriagados, desconhecidos e desligados. Esperando
dormir toda noite ao relento da amargura. Agora, Maria boa, é Maria morta ou
muda. Vamos alcançar nossos títulos, medalhas e confetes. Se juntar com alguém
de pouca fé, mas, isso me beira a aberração. Não me assusta seu olhar esdrúxulo, esses barulhos surdos e seu pouco sossego.
Nem me importa minha peça inútil, eu não sou palco pra você se lastimar e
querer voltar. Hoje nós dois mesclamos nosso nunca mais com a solidão de alguns
amigos que é para não se sentir só.
Na tentativa de salvar o resto da minha animação eu pintei
meu quarto. Eu esqueci que existe e fico sem jeito de responder quando
perguntam por você, eu pauso por alguns segundos e depois digo que está em casa
e que tá tudo bem, sem cogitar mudo rapidamente de assunto. Eu sigo como se
quisesse voltar no tempo, mas que minuto seria? Qual foi o momento em que a paz
teve maior presença do que a desconfiança, mentira, vingança e a violência?
Nesse mesmo horário há três meses eu estava também escrevendo sobre essa dor,
também lendo Carpinejar com a televisão e a luz deixando com que eu me
distraísse o suficiente para não me perder na solidão.
Eu quero acordar daqui a um ano e me ver longe dessa agonia,
eu quero voltar a ler o livro que parei faz tempo, cumprir com todos os meus
deveres diante dos objetivos da minha vida. Aos poucos vamos seguindo nossos
caminhos, carregando nossa melancolia firme e forte, sabemos racionalmente o
que devemos fazer, outra coisa é saber com o coração. Eu quero estar limpa
desse amor, desse texto como ombro amigo. Nada de estancar em pressentimentos
infantis de histórias mortas, de plantão na coragem de sacar a arma contra tudo
isso.
Amor tem de sobra, mas nada além. Eu tentei tanto que me
perdi, quando eu consegui foi tarde demais, o erro assumiu destaque diante do
que eu já não era mais. Nenhuma palavra poderia consertar esse desespero, sendo
assim, nosso pedido de socorro para que tudo ficasse bem foi em vão. Eu não sei
o que irá acontecer conosco, mas espero que um dia nós dois fiquemos em
harmonia. Eu me sufoquei em dedicação aos amores que senti. Aniquilei quem eu
sou numa cafonice extrema, me iludi nesses romances impossíveis de José de
Alencar, nas comédias românticas e hoje percebo que nada disso tem substância
na vida de ninguém.
A imaginação já me esculpe uma nova pessoa, espero que eu me
ajude dessa vez. Frases insanas acabaram com nossa paciência, com toda esperança.
Infelizmente. Não posso arder de remorso nem colocar toda a culpa em você, não
devo merecer sofrer por isso. Nossa singularidade não faz a circunferência necessária para continuar, morremos novamente. Meu amor, que pelo menos
fiquemos bem nessa partida. Nessa partida de jogo perdida, nessa partida de
corações.
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Quem sou eu
- Maria Clara Rocha
- Clara.Idade: 19.Falar a verdade não careço de muita lógica. Ou de mim se gosta ou esquece. Por gosto mesmo ficava de papo pro ar. Mas o que me faz feliz e apetece é cheiro de vinho, cabelo lavado, de escrever poesia pulando os dias, de frapê e filme iugoslavo. Qualquer dia desses faço feito Santos Dumont e construo minha casa na árvore.
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“O que é pior: chegar ao fundo do poço ou continuar caindo?'' -Prá virar cinza minha brasa demora!-