12 de junho de 2023

Percebi que acumulei algumas palavras durante um tempo, por descuido deixei todas elas girando dentro de qualquer relógio, temporada ou estação. Talvez eu não quisesse mais escrever sobre esse sentimento em específico, mas será que dele sou refém? E por que logo você me trouxe até aqui? Nem você está aqui, nem eu aí. Basicamente a gente não existe se quer em qualquer dimensão ou enquadramento. Esse texto não irá fazer o menor sentido e na próxima parada qualquer que chamaremos de futuro eu verei o quanto estou fazendo tempestade num copo d’água.

Carrego comigo duas maldições para não gostar de alguém. A primeira consiste em apostar com o alvo: eu digo em tom de brincadeira que quem se apaixonar primeiro perde, aperto as mãos e como boa competidora sempre venço. E a segunda é assistir “500 days of Summer” junto. Nos últimos três anos nenhuma das pessoas que me interessaram passaram por tamanha infantilidade dessa narrativa toda. E no meu mundinho de flerte já era para eu ter proposto algo do tipo a você. Por completa falta de organização dos períodos, eu não quis calcular contigo, a leveza e naturalidade proposta na sua presença me fizeram não negociar esse hipotético qualquer eu e você.

Esse papel de não corresponder é meu, mas parece que fui rebaixada de Summer para Tom. E olhe que nesse tempo já passei pelo platônico factível com orientador, manauara e amores de uma noite só. Obviamente há um problema na ordem de colocação e ênfase nesse meu lero-lero. Perdi a conta de quantas noites tivemos, mas na descrição romancista, muitas das suas particularidades foram sublinhadas por um cenário completamente distrativo.

A exatidão dos pormenores e a falta de sobriedade da nossa locução todinha se perderam naquele amontoado de livros e CDs. Você me levou para o lugar mais confortável do mundo, me senti numa biblioteca fora de ordem. E lá eu estava fuçando página por página de coluna em fileira de toda aquela expressão literária. Comunicação essa que se estendeu até seus braços e quando percebi, eu estava também acordando nessa casa dos livros. E apesar de você ser essa proposição afirmativa sem correspondente, não posso deixar de pontuar o quanto você é formidável comigo. Esses outros fulanos do passado recente foram incapazes de me enxergar e me trataram mal. Talvez tenha disso também, por um tempo me deixei acreditar nessa visão embaçada desse povo. Meu testemunho atual então é fugir dessa uniformização de indisponibilidade, de quem olha e não vê. Seriam esses os resultados de algumas implicações didáticas ora apresentadas pela minha memória e que devo honrar.

Em resumo eu preciso achar um jeito de não te ver mais.  

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Clara.Idade: 19.Falar a verdade não careço de muita lógica. Ou de mim se gosta ou esquece. Por gosto mesmo ficava de papo pro ar. Mas o que me faz feliz e apetece é cheiro de vinho, cabelo lavado, de escrever poesia pulando os dias, de frapê e filme iugoslavo. Qualquer dia desses faço feito Santos Dumont e construo minha casa na árvore.
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O que é pior: chegar ao fundo do poço ou continuar caindo?'' -Prá virar cinza minha brasa demora!
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