3 de fevereiro de 2020
Você
parece ver beleza na desilusão amorosa, como se fizesse parte do seu enredo
indicar esse final. A princípio eu achei que tal comportamento fosse fruto de
alguma esperteza, como se você fosse insustentável, arriscado e petulante
diante do apego. Mas, logo vi diante da sua trajetória que isso era um
disparate, com você mesmo me expondo, mais adiante, nesses mesmo verbetes
românticos, o contrário. Eu vi no frescor dos teus olhos verdes a valoração, a
abundância, a grande estima por ostentar amor. Acepções que não nos convence
dessa sua carreira, que te faz passar ligeiro por irresistível. A gente quer o
que não se pode ter, você parece inacessível pra quem te olha de baixo,
inalcançável é o que quis dizer. Obviamente que em alguns incidentes, esse
palavreado seu se fixa por si mesmo como consequência da própria essência do
que te fez enxergar assim. De outro modo, fingindo ou não, seguindo aqui, a
minha natureza, meus próprios antagonismos, posso dizer que também apreciei
tais posturas tuas porque dá pra ver o charme, a aventura de se conquistar
alguém. E foi assim que você se tornou o primeiro episódio em mim: um desafio. E
foi assim que eu de cara não coube nos teus prazos. E foi assim que você cometeu
seu primeiro erro comigo: me subestimar um tempo. Equívoco que os dois
cometeram. Você disse um mês, eu disse três. Nesse momento ambos agiram como
iniciantes. Nenhum amante, por mais distraído que fosse, veria essa conversa
com inocência. A gente sem perceber planejou em formato de aposta boba um
próprio tempo que passou a existir depois desse dia.
É
que essas palavras, vistas assim, excedem os arredores do peito, movimentando
ondas reveladoras na espera de serem captadas pelos arrepios da exatidão do que
você poderia pensar sobre tudo isso. É o que ocorre nas poesias que escrevemos
e lemos um para o outro, são frases, desfechos que assomam uma infinidade de
interpretações e temperamentos. É uma das abstrações suas das quais eu gosto, a
poesia. Foi na paquera mais típica de lugar-comum que meu rosto se entregou. E
por mais que até essa linha eu esteja driblando pra te dizer o que já é
evidente, eu coleciono outros momentos como entreguista. Como das vezes que
acho bonito e atraente você jogando sinuca, olhando com o rabo do olho, sem
deixar você notar, bebendo minha cerveja e desviando a concentração para minha
mesa de bar. Ou dos filme juntos, e eu acho que você gosta quando chamo sua
atenção para as falas e outros detalhes das cenas que as vezes você perde e a
gente volta o filme umas três vezes. Há pessoas e palavras que se demonstram
mais fáceis de compreensão, e não é esse texto, não sou eu ou você. Como também
não faço questão de ser especial ou a escolhida por alguém, sou somente uma estrutura
típica contada em língua informal escrita, falada ou lambida. Ou seja, não é do
meu interesse provar a validade dessa declaração ou contestá-la, não se precisa
aqui de uma concordância parcial, de algum tipo de refutação. Na verdade, somos
só um período curto de intensidade dramática.
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Quem sou eu
- Maria Clara Rocha
- Clara.Idade: 19.Falar a verdade não careço de muita lógica. Ou de mim se gosta ou esquece. Por gosto mesmo ficava de papo pro ar. Mas o que me faz feliz e apetece é cheiro de vinho, cabelo lavado, de escrever poesia pulando os dias, de frapê e filme iugoslavo. Qualquer dia desses faço feito Santos Dumont e construo minha casa na árvore.
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“O que é pior: chegar ao fundo do poço ou continuar caindo?'' -Prá virar cinza minha brasa demora!-
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